Por:
Instituto Avaliação
Publicado em:
25/08/2021
Coletivo de mobilidade faz intervenção de urbanismo tático neste sábado
Intervenção quer chamar atenção para a importância de um uso igualitário da cidade
Para apresentar um protótipo de cidade ideal para os deslocamentos urbanos de forma sustentável, o Coletivo ParáCiclo realizará no próximo sábado (28), a partir de 9h, uma ação de urbanismo tático no entorno da Praça Frei Daniel, situada na Passagem Guerra Passos, no bairro do Guamá. “A ideia é a execução de um protótipo urbano do que consideramos apontar para uma cidade mais respeitosa, de uso democrático, que prioriza as pessoas que se deslocam em modais ativos e principalmente as crianças, convidativa ao uso e consequentemente mais segura”, explica o arquiteto e urbanista do coletivo, Murilo Rodrigues.
O Bairro do Guamá foi escolhido pela representatividade densa da população, que vivencia a cidade de maneira intensa frequentando seus espaços, apesar de carecer de áreas de convivência urbana de qualidade. O Guamá também é o bairro que abriga a Universidade Federal do Pará, portanto selecionado para receber a estrutura que este coletivo deixará como presente aos moradores.
Para a definição da intervenção o coletivo realizou uma pesquisa qualitativa com moradores do local onde foi constatado o interesse da maioria dos entrevistados pela construção de espaço infantil, implantação de ciclovia ou ciclofaixa e plantio de árvores e plantas medicinais. "Não queríamos chegar com a intervenção pronta para a comunidade, porque o projeto Belém que queremos atua na busca da construção coletiva, por isso fomos ouvir os anseios dos moradores do local para que a possibilidade de vivenciar o espaço seja com base nos desejos dos moradores daquele local e de quem transita por lá", afirma Murilo Rodrigues.
A intervenção contará com a implantação de parklet e área de paraciclo público, tomando 2,90m, ciclofaixa com 2,50m e canteiro com vasos de plantas, possibilitando a proteção da ciclofaixa e a abertura de portas dos carros, conforme mostra-se necessário a partir da legislação sobre sinalização urbana. Uma faixa de pedestres está prevista para possibilitar a travessia segura do grande fluxo da Igreja Santa Isabel da Hungria. Na última quarta-feira (26) foi realizada uma visita técnica com representantes da SEMOB no local para que seja realizada, posteriormente, a pintura oficial pelo órgão, da faixa de pedestre e da ciclofaixa, interligando o trecho até a ciclofaixa da rua dos Mundurucus.
A intervenção faz parte da última entrega do projeto Belém que queremos: mobilidade sustentável na Amazônia, financiado pelo Instituto Clima e Sociedade, com parceria institucional do Instituto Avaliação. “O projeto Belém que queremos passou pela primeira etapa que foi manter a pauta da mobilidade ativa em alta durante toda a campanha eleitoral de 2020, depois na segunda etapa buscamos ouvir 11 parceiros em vídeo entrevistas para colher apontamentos construtivos de um futuro ativo em uma capital com mobilidade humana. Agora na etapa final do projeto, nossa intervenção urbana vem ocupar a rua com o intuito de sinalizar na ação tática o lugar de direito das pessoas, porque a rua é nossa. E a Belém que queremos é uma cidade para as pessoas”, conta a coordenadora geral do projeto, Julia Freitas.
Sobre o Belém que queremos
O projeto foi iniciado durante a eleição municipal de 2020, visando movimentar a agenda das candidaturas para a importância da mobilidade sustentável. As candidaturas ao executivo foram convidadas para gravações de vídeos e assinaturas de Cartas Compromisso com o tema. Onze organizações da sociedade civil atuantes em Belém e nas ilhas também foram ouvidas para apresentarem suas pautas e dificuldades relacionadas aos deslocamentos na cidade. A partir das entrevistas com os parceiros foi construído um relatório, entregue à Secretaria de Mobilidade Urbana de Belém - SEMOB, apresentando proposições para a melhoria da mobilidade sustentável na cidade.
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