Por:
Marcos Rogério Cruz
Publicado em:
09/12/2019
Em reunião ocorrida em 14 de outubro de 2019, a equipe técnica do projeto REDE Pouso Alto Agroecologia BNDES/FBB/ECOFORTE/IA, executado pelo Instituto Avaliação, esteve reunida com pesquisadoras da EMBRAPA no âmbito do projeto INOVAGROCHAPADA objetivando a construção de um Programa de Melhoramento Genético Participativo na região da Chapada dos Veadeiros.
A Agrônoma Terezinha Aparecida Borges Dias da EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, coordenadora do projeto INOVAGROCHAPADA, destacou a importância dessa cooperação para que haja sinergia entre os projetos não ocorrendo sobreposição de ações. O projeto está trabalhando com o levantamento da agrobiodiversidade, insumos e técnicas de manejo na composição de sistema de produção alimentar de base agroecológica na Chapada dos Veadeiros.
Terezinha Dias ressaltou também que a EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia fez a adesão formal à Rede Pouso Alto Agroecologia após importante reunião de alinhamento em Brasília no Instituto Avaliação, onde estiveram presentes o coordenador técnico do projeto Rede Pouso Alto Agroecologia, Agrônomo Carlos Antônio Salgado, o coordenador geral do projeto e vice-presidente do Instituto
Avaliação, Agrônomo Jorge Artur Fontes Chagas de Oliveira e o responsável pelo monitoramento e orientação em campo do projeto Rede Pouso Alto Agroecologia Químico César Barbosa.
O Programa de Melhoramento Genético Participativo com o agricultor, objetiva experimentar diferentes variedades de sementes crioulas no intuito de escolher uma melhor variedade conforme características desejadas. A pesquisadora de conservação e melhoramento participativo da EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Maria Aldete Fonseca, estará à frente dos testes varietais em Campo. Preparando as comunidades na avaliação das sementes.
O coordenador técnico do projeto da REDE, Carlos Salgado, pediu o apoio técnico da EMBRAPA no trabalho que está sendo realizado no território Kalunga, no Vão do Moleque, com as variedades já cultivadas anteriormente por eles para saber qual será o interesse dos próprios Kalunga e assim apoiar o cultivo dessas variedades na intenção de produzir sementes para novos plantios e alimentos para revitalizar o uso demonstrativo nas festas em geral. Esse cuidado também vem de encontro a manutenção do recurso tradicional procurando maior qualidade com trabalho de melhoramento genético participativo. Outro cuidado é com a adaptação do sistema de produção visto que estaremos mudando do sistema tradicional de roças de toco para o sistema de plantio mecanizado em solos da chapada, com insumos químicos.
Ficou acertado fazermos um primeiro contato com a Associação Kalunga de Cavalcante (AKC) para o início de implantação de campos de produção de milho com melhoramento genético participativo na comunidade quilombola do Vão do Moleque. Estaremos nesta cooperação com a EMBRAPA, também implantando um experimento no Sítio Terra Mainá também no município de Cavalcante e no P.A. da reforma agrária Silvio Rodrigues em Alto Paraíso, quando poderemos estar resgatando o projeto Sementes do Amanhã, sendo que nestes serão implementados testes varietais com outras variedades Crioulas.
Desta forma vamos priorizar a conservação de recursos genéticos "on farm" ao invés da conservação "Ex Situ" promovendo assim uma maior autonomia quanto ao uso futuro dos recursos em novos plantios. Esse procedimento contribui também para que o recurso se mantenha em evolução o que nos interessa devido às fortes modificações climáticas que vêm ocorrendo.
